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segunda-feira

Ilusão

Amor é chorar por quem não nos merece,

É beijar a alma de quem nos entristece.
É esperar por ti,
Mesmo sabendo que não estás aqui.
Amor é aquilo que sinto por ti,
Algo que destrói a minha paz
E que faz com que tudo me lembre de ti,
E não me deixe apagar um amor
Que apenas me traz sofrimento e dor.
Porque no fundo continuarei a te amar,
Porque és o sol que ilumina as minhas manhãs
Para continuar na esperança de amor impossível.
E esperarei até ao infinito dos meus dias,
Quando reparares que existo já terei morrido;
Pois é pior a dor de me ignorares do que te ver com outra.
Quanto te vejo o meu coração fica apertado
Por momentos espeta-se um punhal nele,
Depois acalmo-me e penso
Será que um dia poderei estar a teu lado.
São quase inesquecíveis os teus olhos,
Que tanto sonho durante a noite.
E a tua boca quando me sorri faz-me voltar a ilusão,
Ilusão que é amar-te apaixonadamente,
E esperar por ti inesperadamente.
Com um momento que jamais acontecerá
Eu te abraçar e ter-te só para mim.
Para mim seria o fim,
O fim da dor de um amor que vive da esperança...

Chorei

Chorei, chorei baixinho…

Uma lágrima caiu no silêncio da noite.
Um silêncio triste e profundo
Que me trás uma leve brisa de saudade.
Um conjunto de sentimentos
Que se transformam num sonho,
Um sonho que se desfaz em nada,
Um nada que afinal é tudo
Mas um tudo que eu não sei se existirá…
Sei apenas o que sinto.
Sinto um vazio na alma,
E, ao mesmo tempo,
Uma eterna e paciente esperança
Capaz de secar todas as lágrimas
Que eu já chorei e mais aquelas
Que eu sei que ainda vou chorar…
… Por nós …
Por ti, por mim
E por este sentimento ao qual eu não consigo dar um fim.
Sentimento esse, capaz de ultrapassar
Qualquer barreira só para estar contigo.
Será esse sentimento forte
Que se chama "amor"?

Chega de Saudade

Vai, minha tristeza, e diz a ela

Que sem ela não pode ser
Diz-lhe, numa prece, que ela regresse
Porque eu não posso mais sofrer

Chega de saudade, a realidade é que sem ela
Não há paz, não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai

Mas, se ela voltar, se ela voltar
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei na sua boca

Dentro dos meus braços
Os abraços hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim

Que é pra acabar com esse negócio de viver longe de mim
Não quero mais esse negócio de você viver assim
Vamos deixar desse negócio de você viver sem mim

Amor Inesquecível


Vou reescrever minha história
Tentando ao menos entender
Tantas coisas que na memória
Quero e não consigo esquecer

Como o primeiro e longo beijo
Que um dia você me deu
Dizendo matas o teu desejo
Porque meu amor é só teu

Tão jovem e inexperiente
Nem soube o que responder
Te fitando ainda descrente
Sentindo meu corpo tremer

Chorando de amor e emoção
Mais linda que a luz do dia
Me entregaste seu coração
Naquele elevador que descia

Apenas nove anos nos separavam
De nosso primeiro amanhecer
Mas os hipócritas não aceitavam
Porque não podiam o amor entender

Fomos cruelmente condenados
Pela inveja, despeito e covardia
Sofrendo tristes e discriminados
Mas nosso amor não se rendia

Caminhando por ruas inseguras
Evitando olhares de reprovação
Por becos ou praças tão escuras
Sem pecar pedindo a Deus perdão

Vítimas de chantagem emocional
Por sua mãe que não queria
Culpando-nos da enfermidade
Que por décadas nela já existia

Mesmo com o passar do tempo
Não tivemos um só minuto de paz
Só perseguições e tormento
Mas nos amando cada vez mais

Abri mãos dos prazeres da mocidade
Para tão somente a você me dedicar
Até que a força da insana maldade
Conseguiu finalmente nos separar

Perdemos a bússola que nos orientava
Ficamos derivando num mar sem luz
Em meus sonhos por seu nome chamava
Carregando o pesado fardo da minha cruz

Não sei se ainda aqui permaneces
Ou se habitas o astral superior
Mas saibas que de você não esquece
Aquele a quem só chamavas de amor.

domingo

OS PÁSSAROS

   Passarinhos e lírios me mostram uma pessoa cheia de pequenas atenções com o parceiro,solicitude e muito dado a gentilezas só para agradar o outro
   Essa combinação corresponde as atenções e desejos até mesmo caprichosos do parceiro,somente para não desagradar, dando prazer ao outro nas pequenas coisas do dia a dia
   Um passarinho cuida do outro com sinais de atenção e preocupação quando ao lado do coração
   Seu afeto é sincero e dificilmente percebemos alguma ausência de interesse pelo bem estar do outro e das pessoas com certas necessidades,pois eles possuem uma natureza intrísceca que os impulsiona a procurar a outra pessoa para pedir desculpas,se comover com a situação e prestar favores sem interesse algum como moeda de troca,porque o que querem é ver o bem das pessoas que amam
   Passarinhos , aliança e montanha me mostram que um dos dois procura um relacionamento sério dentro dos moldes tradicionais,para permanecer mais tempo na relação

   Agora,imagine um bando de passarinhos agrupados , reunidos e em bando!
   Eles representam gente boa,pessoas de bem que não trazem problemas pra vida dos outros,trazem é solução,porque possuem espírito altruísta ,um bom coração e disposição firme de ajudar o próximo Aliás,eles simbolizam o nosso próximo
Leiam a história dos pássaros:

AMOR ENTRE PÁSSAROS

   Era uma solarenga tarde de sábado.
   Um bando dos pássaros passava o tempo a procurar alimento e a brincar na estrada principal.
   De repente, um caminhão grande passou apressadamente... e aconteceu a coisa mais triste...


   Os pássaros também sentem .
   Embora este pássaro já estivesse morto, um outro pássaro voo sobre ele imediatamente, como um membro da família, incapaz de aceitar a verdade

   Logo após, um outro carro passou e fez com que o corpo do pássaro morto girasse com o vento.
   O pássaro amigo observou o movimento.
  Como pensou que este estivesse ainda vivo,
   voou rapidamente para perto dele de novo

Permaneceu ao lado dele e gritou... "Porque é que tu não te levantas ?!"

   Infelizmente, ele não pode mais ouvi-lo.
   No entanto, ele tenta levantá-lo para cima.
   Ele, naturalmente, era incapaz de se levantar.
   Um outro carro passou por perto.

   Ele voou rapidamente para sair dali.
   Quando o carro já tinha ido, ele desceu outra vez.

   Embora outros pássaros lhe tivessem dito que ele já não se levantava mais, ele nunca desistiu.
   Ele tentou fazer o seu melhor para conseguir levantá-lo, para vê-lo de novo a voar.
   Um outro carro passou por perto, o seu corpo inanimado girou outra vez como se ainda estivesse vivo e tentando voar.

   Tinha usado toda a sua energia, no entanto...

   O fotógrafo disse que não conseguiu disparar mais.
   O fotógrafo estava preocupado com o pássaro vivo pois, poderia ser ferido por algum carro.
   Assim apanhou o pássaro morto e deixou-o no passeio.
   O pássaro amigo ainda estava em cima de uma árvore ali próximo, a cantar como se estivesse a chorar e recusou-se a sair.

Se os passáros pode se gentiu, ter afeto, carinho, Amor, etc...
Porque muitas pessoas não pode ter um terso de todo esse carinho e amor???


UMA TRISTE HISTÓRIA DE AMOR .....

Era uma tarde triste, chuvosa, em que a natureza se encontrava

A noite, o tempo piorou, o céu mais escuro que breu já se tornava
Um beija-flor em um galhinho da copada de uma árvore, ali sonhava
Pensava em sua amada, que ele já não sabia agora por onde andava

Então adormeceu, naquele local, só e triste, como triste era a noite
Sonhou de forma agitada, que sua amada em perigo se encontrava
Acordou em sobressalto, e com o sonho impressionado estava
Ao amanhecer o dia, um vento forte e gelado cortava a mata qual açoite

O beija-flor voando de forma sutil e ligeiro não sentia a friagem atacar
Tentava achar sua amada, por entre a floresta, voando rápido sem parar
Exausto pelo esforço dispendido, suas asas batiam de forma febril
Quando sob um pé de rosa avistou sua amada, olhando triste, o céu de anil

O beija-flor com um gemido, tristonho junto dela, cansado sem forças caiu
E os dois em um doce beijo, cerraram os olhos, que nunca mais se abriu
Assim esta história tão triste, terminou de forma cruel, sob o pé de rosa em flor
Mostrando que até entre os pequeninos pássaros, pode existir um imenso amor.

sexta-feira

não suporto ver você indo para outro caminho

Ele: não suporto ver você indo para outro caminho.

Ela: não haja como se eu não tivesse lutado para eu ficar aqui.

Ele: é difícil aceitar que as coisas mudaram …

Ela: o pior é que sabemos que isso não vai mais voltar!

Ele: isso é um adeus então ?

Ela: acredito que seja … (eu amei você da maneira mais profunda, do modo mais intenso, de todas as formas que pude.)

Ele começou a chorar. (se você soubesse o quanto te amo, não faria isso com nossos corações,eu preciso de você para viver.)

Ela começou chorar. (você sempre foi meu chão, meu ar e minha vida)

Ele não aguentou e foi dar um abraço nela e disse: pode ser que seja a ultima vez que nos vemos, o último abraço, as últimas palavras... mas queria que soubesse que jamais chorei por uma menina, jamais amei tanto alguém como amo você!

Ela o apertou forte e disse: eu jamais imaginei que tudo viraria em um grande amor e em uma bela história. Eis aqui um final que eu não queria assinar em baixo. Posso ter sido uma entre os dois personagens

principais, mas não encontro mais forças.

Ele: também não assinarei em baixo porque sei que se você me ama mesmo, esse amor há de esperar e essa história há de continuar.

Ela: nunca esqueça que minhas lágrimas aqui

representam todo esse amor que sinto por ti.

Ele: não quero lembrar de suas lagrimas, e sim de todos seus sorrisos e melhores momento que passei ao seu lado.

Ela: :’( quero para sempre respirar o mesmo ar que respiramos juntos durante todo esse tempo.

Ele: eu sempre respirarei esse mesmo ar, e se um dia ele não existir mais para você saiba que minha vida termina nesse momento.

Ela: se o seu ar terminar, eu paro de respirar.

Ele: EU TE AMO GAROTA!

Ela: EU SEMPRE TE AMEI! (...)

(...) Ele não sabia que ela estava muito doente. Mas o que ninguém esperava é que essas palavras tinham sido tão verdadeiras quanto o amor que existia entre eles. Um mês depois ela parou de respirar e apenas deixou um bilhete para ele dizendo: (desculpas! eu tentei respirar o quanto pude, mas não fui forte o suficiente. Guarde contigo o meu coração!).

Um dia depois dele ter lido ele parou de respirar; deixando um único bilhete: (perdi o meu ar assim que perdi a minha vida).

quinta-feira






Quero-te


Quero-te aqui perto de mim
Segurando as minhas mãos
Olhando nos meus olhos
Beijando os meus lábios
Encantando meu coração
Levando-me ao deleite
Da mais pura, da mais doce paixão

Quero-te aqui perto de mim
Compartilhando o teu coração
Deixando os sentimentos fluirem

Com extrema emoção
Trazendo nos olhos o brilho
Do mais sincero amor
Da mais pura sedução

Quero-te aqui perto de mim
Olhando nos meus olhos
Dizendo que nosso amor não tem fim
Que nossa alegria é eterna
E que somos amantes
Confidentes Afins

Acorrentada no amor‏


Fui menina, virei mulher

nesses teus abraços
que seguraram
no teu amor...

Quis sonhar contigo
um belo e lindo sonho
onde o nosso amor
era imenso e grandioso.

Eis que eu fiquei aprisionada
acorrentada para sempre
foi ai, que eu despertei
acordando na minha ilusão.

Passaram anos, esperas
eu não me pode libertar
eram como correntes fortes
no teu amor, eras ciumento
apenas um homem severo.

Aprisionaste-me, feliz
sem deixar viver na liberdade
onde somente ser livre
era uma ilusão, apenas ilusão...

Foi prisão perpétua, condenação
Sentenças de loucuras de amor
Que nós os dois assim vivemos...

 Acendo como pavios, as belas chamas
Da nossa pura paixão, loucura
Tornando-me sempre a tua escrava...

Deste nosso e grande sublime amor
Eu não encontro mais, estão perdidas
As chaves do meu coração, para sempre...

Fechando ele nas tuas correntes de amor
deitando as chaves fora para o infinito
e agora meu coração é teu para sempre...

quarta-feira

TRISTE FIM DE UM AMOR!


Nada de novo acontecia naquela pacata aldeia. Ali os dias eram sempre iguais, a vida corria lenta, somente aos domingos a rotina mudava um pouco. Tinha a missa na capela, de vez em quando uma quermesse, muito raramente um casamento, mas quando acontecia era festa pra quem quisesse ir.

Foi numa dessas festas que Mariana e Diogo se conheceram. Ele havia sido convidado para tocar naquela festa de casamento. Diogo era conhecido por tocar e cantar em festas das redondezas, o que lhe rendia a fama e o estigma de namorador e aventureiro. Era muito bonito e não tinha moça ou mulher casada que não tivesse uma queda por ele, mas naquela festa ao ver a linda Mariana se apaixonou perdidamente por ela, mas a fama de violeiro namorador e aventureiro chegou rapidamente aos ouvidos dos pais de Mariana, trazendo-lhes uma certa preocupação...A menina fora aconselhada pelos pais a não se envolver com Diogo. mas de nada adiantou, acabaram por namorar, noivar e até marcar a data do casamento.

Mariana era linda, faceira e querida por todos, mas o destino dos dois não prometia nada de bom. A gota d’água foi uma briga em que Diogo se meteu na vila por causa da mulher do delegado que tinha fama de namoradeira e se achou de engraçar justamente com Diogo. Segundo quem presenciou o fato, Diogo foi vitima das sandices da tal mulher, mas por estar meio embriagado acabou por cair nas artimanhas dela. Enquanto Diogo tocava sua viola naquela vendinha da vila, onde uma tenúe luz de lampião iluminava aquele lugar, Maria Inês, mulher do delegado se insinuava para ele, dançava com seu vestido curtíssimo e provocante. Diogo tocava e bebia, aliás, este era um dos seus defeitos, bebia sempre um pouco mais... além da conta. Naquela noite não fora diferente...

Sem muitas explicações, Mariana naquela noite sentiu um aperto no peito. Estaria seu amor precisando de ajuda? Não demorou muito para que sua casa fosse invadida por policiais, um alvoroço total, sirenes,correrias e gritos:

__Onde está ele? Onde se escondeu? Mariana nada assimilava, não entendia nada, até que o delegado gritou;

-Assassino,assassino.__Ele assassinou meu companheiro, a vida dele não tá valendo isto aqui, disse-lhe mostrando uma moeda, enquanto dezenas de policiais reviravam toda a casa.

Mariana sentiu que o chão faltava a seus pés, o aperto no peito teria sido sim um aviso. Aos poucos a calma voltou, pois eles não encontraram Diogo, e com certeza iam procurá-lo em outros lugares... Mariana olhava, tristemente pela janela enquanto trançava seus longos cabelos. Seus olhos, ainda cheio de lágrimas, impediram que ela visse no meio dos arbustos escondidos seu amor, e somente quando ele lhe atirou uma flor branca que ela o viu. Correu e o abraçou. Mariana ainda tremula, lhe disse

_O que foi meu amor, o que aconteceu? E ele sem muitas explicações disse-lhe apenas; - Meu amor, só vim me despedir...

_Juro, sou inocente! Um dia eu volto e esclareço tudo. Meu cavalo esta arriado vou fugir enquanto é noite, porém Mariana não pensou duas vezes, insistiu implorou e acabou na garupa do cavalo com Diogo noite adentro.

No dia seguinte seus pais tiveram a triste noticia...

Um casal foi encontrado morto, abraçados e com o corpo crivado de balas. Era assim o triste fim de um amor!

o trágico fim de um amor

(Do namorado pra namorada)


E agora,o que eu faço pra viver
sem você
mesmo que o tempo passe
eu nunca vou conseguir te esquecer
 o sentido da minha vida sempre foi está contigo
ao ir embora você deixou-me no vazio
e jogou minha vontade de viver num profundo abismo
viver pra mim já não tem mais sentido

Nunca me esqueço daquela madrugada
sobre meus braços você estava apoiada
graças a maldita bala perdida
que te atingiu quando na rua estavamos a passear
eu chorava
aos céus reclamava
e me perguntava
o porque de tamanha desgraça

Eu te beijei sem parar
e pedia pra você aguentar
pois um dos nossos amigos tinha acabado de chamar
uma ambulância
você olhava pra mim com um sorriso
tão lindo
um vento frio batia em nós dois
e eu sentia que aos poucos você estava morrendo

Então seus olhos se encheram de lágrimas derrepente
então ouve um grande silêncio
já havia passado 2 minutos desde que você tinha recebido o tiro
você colocou sua mão sobre meu rosto
e com seus dedos enchugando minhas lágrimas
antes de fechar seus olhos disse algo que deixou uma marca eterna
"Não chore meu amor,pois nosso amor brilhará para sempre
entre as estrelas mais reluzentes"
Emoticon triste chorando

Lágrimas de Sangue


Ao pé das aras no clarão dos círios
Eu te devera consagrar meus dias;
Perdão, meu Deus! perdão
Se neguei meu Senhor nos meus delírios
E um canto de enganosas melodias
Levou meu coração!

Só tu, só tu podias o meu peito
Fartar de imenso amor e luz infinda
E uma Saudade calma;
Ao sol de tua fé doirar meu leito
E de fulgores inundar ainda
A aurora na minh'alma.

Pela treva do espírito lancei-me,
Das esperanças suicidei-me rindo...
Sufoquei-as sem dó.
No vale dos cadáveres sentei-me
E minhas flores semeei sorrindo
Dos túmulos no pó.

Indolente Vestal, deixei no templo
A pira se apagar — na noite escura
O meu gênio descreu.
Voltei-me para a vida... só contemplo
A cinza da ilusão que ali murmura:
Morre! — tudo morreu!

Cinzas, cinzas... Meu Deus! só tu podias
À alma que se perdeu bradar de novo:
Ressurge-te ao amor!
Malicento, da minhas agonias
Eu deixaria as multidões do povo
Para amar o Senhor!

Do leito aonde o vício acalentou-me
O meu primeiro amor fugiu chorando.
Pobre virgem de Deus!
Um vendaval sem norte arrebatou-me,
Acordei-me na treva... profanando
Os puros sonhos meus!

Oh! se eu pudesse amar!... — É impossível!
Mão fatal escreveu na minha vida;
A dor me envelheceu.
O desespero pálido, impassível
Agoirou minha aurora entristecida,
De meu astro descreu.

Oh! se eu pudesse amar! Mas não:
agora que a dor emurcheceu meus breves dias,
Quero na cruz sangrenta
Derramá-los na lágrima que implora,
Que mendiga perdão pela agonia
Da noite lutulenta!

Quero na solidão — nas ermas grutas
A tua sombra procurar chorando
Com meu olhar incerto:
As pálpebras doridas nunca enxutas
Queimarei... teus fantasmas invocando
No vento do deserto.

De meus dias a lâmpada se apaga:
Roeram meu viver mortais venenos;
Curvo-me ao vento forte.
Teu fúnebre clarão que a noite alaga,
Como a estrela oriental me guie ao menos
Té o vale da morte!

No mar dos vivos o cadáver bóia
— A lua é descorada como um crânio,
Este sol não reluz:
Quando na morte a pálpebra se engóia,
O anjo se acorda em nós — e subitâneo
Voa ao mundo da luz!

Do val de Josafá pelas gargantas
Uiva na treva o temporal sem norte
E os fantasmas murmuram...
Irei deitar-me nessas trevas santas,
Banhar-me na friez lustral da morte
Onde as almas se apuram!

Mordendo as clinas do corcel da sombra,
Sufocado, arquejante passarei
Na noite do infinito.
Ouvirei essa voz que a treva assombra,
Dos lábios de minh'alma entornarei
O meu cântico aflito!

Flores cheias de aroma e de alegria,
Por que na primavera abrir cheirosas
E orvalhar-vos abrindo?
As torrentes da morte vêm sombrias,
Hão de amanhã nas águas tenebrosas
Vos rebentar bramindo.

Morrer! morrer! É voz das sepulturas!
Como a lua nas salas festivais
A morte em nós se estampa!
E os pobres sonhadores de venturas
Roxeiam amanhã nos funerais
E vão rolar na campa!

Que vale a glória, a saudação que enleva
Dos hinos triunfais na ardente nota,
E as turbas devaneia?
Tudo isso é vão, e cala-se na treva
— Tudo é vão, como em lábios de idiota
Cantiga sem idéia.

Que importa? quando a morte se descarna,
A esperança do céu flutua e brilha
Do túmulo no leito:
O sepulcro é o ventre onde se encarna
Um verbo divinal que Deus perfilha
E abisma no seu peito!

Não chorem! que essa lágrima profunda
Ao cadáver sem luz não dá conforto...
Não o acorda um momento!
Quando a treva medonha o peito inunda,
Derrama-se nas pálpebras do morto
Luar de esquecimento!

Caminha no deserto a caravana,
Numa noite sem lua arqueja e chora...
O termo... é um sigilo!
O meu peito cansou da vida insana;
Da cruz à sombra, junto aos meus, agora
Eu dormirei tranqüilo!

Dorme ali muito amor... muitas amantes,
Donzelas puras que eu sonhei chorando
E vi adormecer.
Ouço da terra cânticos errantes,
E as almas saudosas suspirando,
Que falam em morrer...

Aqui dormem sagradas esperanças,
Almas sublimes que o amor erguia...
E gelaram tão cedo!
Meu pobre sonhador! aí descansas,
Coração que a existência consumia
E roeu um segredo! ...

Quando o trovão romper as sepulturas,
Os crânios confundidos acordando
No lodo tremerão.
No lodo pelas tênebras impuras
Os ossos estalados tiritando
Dos vales surgirão!

Como rugindo a chama encarcerada
Dos negros flancos do vulcão rebenta
Golfejando nos céus,
Entre nuvem ardente e trovejada
Minh'alma se erguerá, fria, sangrenta,
Ao trono de meu Deus...

Perdoa, meu Senhor! O errante crente
Nos desesperos em que a mente abrasas
Não o arrojes p'lo crime!
Se eu fui um anjo que descreu demente
E no oceano do mal rompeu as asas,
Perdão! arrependi-me!

                                                                                           Álvares de Azevedo