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quarta-feira

TRISTE FIM DE UM AMOR!


Nada de novo acontecia naquela pacata aldeia. Ali os dias eram sempre iguais, a vida corria lenta, somente aos domingos a rotina mudava um pouco. Tinha a missa na capela, de vez em quando uma quermesse, muito raramente um casamento, mas quando acontecia era festa pra quem quisesse ir.

Foi numa dessas festas que Mariana e Diogo se conheceram. Ele havia sido convidado para tocar naquela festa de casamento. Diogo era conhecido por tocar e cantar em festas das redondezas, o que lhe rendia a fama e o estigma de namorador e aventureiro. Era muito bonito e não tinha moça ou mulher casada que não tivesse uma queda por ele, mas naquela festa ao ver a linda Mariana se apaixonou perdidamente por ela, mas a fama de violeiro namorador e aventureiro chegou rapidamente aos ouvidos dos pais de Mariana, trazendo-lhes uma certa preocupação...A menina fora aconselhada pelos pais a não se envolver com Diogo. mas de nada adiantou, acabaram por namorar, noivar e até marcar a data do casamento.

Mariana era linda, faceira e querida por todos, mas o destino dos dois não prometia nada de bom. A gota d’água foi uma briga em que Diogo se meteu na vila por causa da mulher do delegado que tinha fama de namoradeira e se achou de engraçar justamente com Diogo. Segundo quem presenciou o fato, Diogo foi vitima das sandices da tal mulher, mas por estar meio embriagado acabou por cair nas artimanhas dela. Enquanto Diogo tocava sua viola naquela vendinha da vila, onde uma tenúe luz de lampião iluminava aquele lugar, Maria Inês, mulher do delegado se insinuava para ele, dançava com seu vestido curtíssimo e provocante. Diogo tocava e bebia, aliás, este era um dos seus defeitos, bebia sempre um pouco mais... além da conta. Naquela noite não fora diferente...

Sem muitas explicações, Mariana naquela noite sentiu um aperto no peito. Estaria seu amor precisando de ajuda? Não demorou muito para que sua casa fosse invadida por policiais, um alvoroço total, sirenes,correrias e gritos:

__Onde está ele? Onde se escondeu? Mariana nada assimilava, não entendia nada, até que o delegado gritou;

-Assassino,assassino.__Ele assassinou meu companheiro, a vida dele não tá valendo isto aqui, disse-lhe mostrando uma moeda, enquanto dezenas de policiais reviravam toda a casa.

Mariana sentiu que o chão faltava a seus pés, o aperto no peito teria sido sim um aviso. Aos poucos a calma voltou, pois eles não encontraram Diogo, e com certeza iam procurá-lo em outros lugares... Mariana olhava, tristemente pela janela enquanto trançava seus longos cabelos. Seus olhos, ainda cheio de lágrimas, impediram que ela visse no meio dos arbustos escondidos seu amor, e somente quando ele lhe atirou uma flor branca que ela o viu. Correu e o abraçou. Mariana ainda tremula, lhe disse

_O que foi meu amor, o que aconteceu? E ele sem muitas explicações disse-lhe apenas; - Meu amor, só vim me despedir...

_Juro, sou inocente! Um dia eu volto e esclareço tudo. Meu cavalo esta arriado vou fugir enquanto é noite, porém Mariana não pensou duas vezes, insistiu implorou e acabou na garupa do cavalo com Diogo noite adentro.

No dia seguinte seus pais tiveram a triste noticia...

Um casal foi encontrado morto, abraçados e com o corpo crivado de balas. Era assim o triste fim de um amor!

o trágico fim de um amor

(Do namorado pra namorada)


E agora,o que eu faço pra viver
sem você
mesmo que o tempo passe
eu nunca vou conseguir te esquecer
 o sentido da minha vida sempre foi está contigo
ao ir embora você deixou-me no vazio
e jogou minha vontade de viver num profundo abismo
viver pra mim já não tem mais sentido

Nunca me esqueço daquela madrugada
sobre meus braços você estava apoiada
graças a maldita bala perdida
que te atingiu quando na rua estavamos a passear
eu chorava
aos céus reclamava
e me perguntava
o porque de tamanha desgraça

Eu te beijei sem parar
e pedia pra você aguentar
pois um dos nossos amigos tinha acabado de chamar
uma ambulância
você olhava pra mim com um sorriso
tão lindo
um vento frio batia em nós dois
e eu sentia que aos poucos você estava morrendo

Então seus olhos se encheram de lágrimas derrepente
então ouve um grande silêncio
já havia passado 2 minutos desde que você tinha recebido o tiro
você colocou sua mão sobre meu rosto
e com seus dedos enchugando minhas lágrimas
antes de fechar seus olhos disse algo que deixou uma marca eterna
"Não chore meu amor,pois nosso amor brilhará para sempre
entre as estrelas mais reluzentes"
Emoticon triste chorando

Lágrimas de Sangue


Ao pé das aras no clarão dos círios
Eu te devera consagrar meus dias;
Perdão, meu Deus! perdão
Se neguei meu Senhor nos meus delírios
E um canto de enganosas melodias
Levou meu coração!

Só tu, só tu podias o meu peito
Fartar de imenso amor e luz infinda
E uma Saudade calma;
Ao sol de tua fé doirar meu leito
E de fulgores inundar ainda
A aurora na minh'alma.

Pela treva do espírito lancei-me,
Das esperanças suicidei-me rindo...
Sufoquei-as sem dó.
No vale dos cadáveres sentei-me
E minhas flores semeei sorrindo
Dos túmulos no pó.

Indolente Vestal, deixei no templo
A pira se apagar — na noite escura
O meu gênio descreu.
Voltei-me para a vida... só contemplo
A cinza da ilusão que ali murmura:
Morre! — tudo morreu!

Cinzas, cinzas... Meu Deus! só tu podias
À alma que se perdeu bradar de novo:
Ressurge-te ao amor!
Malicento, da minhas agonias
Eu deixaria as multidões do povo
Para amar o Senhor!

Do leito aonde o vício acalentou-me
O meu primeiro amor fugiu chorando.
Pobre virgem de Deus!
Um vendaval sem norte arrebatou-me,
Acordei-me na treva... profanando
Os puros sonhos meus!

Oh! se eu pudesse amar!... — É impossível!
Mão fatal escreveu na minha vida;
A dor me envelheceu.
O desespero pálido, impassível
Agoirou minha aurora entristecida,
De meu astro descreu.

Oh! se eu pudesse amar! Mas não:
agora que a dor emurcheceu meus breves dias,
Quero na cruz sangrenta
Derramá-los na lágrima que implora,
Que mendiga perdão pela agonia
Da noite lutulenta!

Quero na solidão — nas ermas grutas
A tua sombra procurar chorando
Com meu olhar incerto:
As pálpebras doridas nunca enxutas
Queimarei... teus fantasmas invocando
No vento do deserto.

De meus dias a lâmpada se apaga:
Roeram meu viver mortais venenos;
Curvo-me ao vento forte.
Teu fúnebre clarão que a noite alaga,
Como a estrela oriental me guie ao menos
Té o vale da morte!

No mar dos vivos o cadáver bóia
— A lua é descorada como um crânio,
Este sol não reluz:
Quando na morte a pálpebra se engóia,
O anjo se acorda em nós — e subitâneo
Voa ao mundo da luz!

Do val de Josafá pelas gargantas
Uiva na treva o temporal sem norte
E os fantasmas murmuram...
Irei deitar-me nessas trevas santas,
Banhar-me na friez lustral da morte
Onde as almas se apuram!

Mordendo as clinas do corcel da sombra,
Sufocado, arquejante passarei
Na noite do infinito.
Ouvirei essa voz que a treva assombra,
Dos lábios de minh'alma entornarei
O meu cântico aflito!

Flores cheias de aroma e de alegria,
Por que na primavera abrir cheirosas
E orvalhar-vos abrindo?
As torrentes da morte vêm sombrias,
Hão de amanhã nas águas tenebrosas
Vos rebentar bramindo.

Morrer! morrer! É voz das sepulturas!
Como a lua nas salas festivais
A morte em nós se estampa!
E os pobres sonhadores de venturas
Roxeiam amanhã nos funerais
E vão rolar na campa!

Que vale a glória, a saudação que enleva
Dos hinos triunfais na ardente nota,
E as turbas devaneia?
Tudo isso é vão, e cala-se na treva
— Tudo é vão, como em lábios de idiota
Cantiga sem idéia.

Que importa? quando a morte se descarna,
A esperança do céu flutua e brilha
Do túmulo no leito:
O sepulcro é o ventre onde se encarna
Um verbo divinal que Deus perfilha
E abisma no seu peito!

Não chorem! que essa lágrima profunda
Ao cadáver sem luz não dá conforto...
Não o acorda um momento!
Quando a treva medonha o peito inunda,
Derrama-se nas pálpebras do morto
Luar de esquecimento!

Caminha no deserto a caravana,
Numa noite sem lua arqueja e chora...
O termo... é um sigilo!
O meu peito cansou da vida insana;
Da cruz à sombra, junto aos meus, agora
Eu dormirei tranqüilo!

Dorme ali muito amor... muitas amantes,
Donzelas puras que eu sonhei chorando
E vi adormecer.
Ouço da terra cânticos errantes,
E as almas saudosas suspirando,
Que falam em morrer...

Aqui dormem sagradas esperanças,
Almas sublimes que o amor erguia...
E gelaram tão cedo!
Meu pobre sonhador! aí descansas,
Coração que a existência consumia
E roeu um segredo! ...

Quando o trovão romper as sepulturas,
Os crânios confundidos acordando
No lodo tremerão.
No lodo pelas tênebras impuras
Os ossos estalados tiritando
Dos vales surgirão!

Como rugindo a chama encarcerada
Dos negros flancos do vulcão rebenta
Golfejando nos céus,
Entre nuvem ardente e trovejada
Minh'alma se erguerá, fria, sangrenta,
Ao trono de meu Deus...

Perdoa, meu Senhor! O errante crente
Nos desesperos em que a mente abrasas
Não o arrojes p'lo crime!
Se eu fui um anjo que descreu demente
E no oceano do mal rompeu as asas,
Perdão! arrependi-me!

                                                                                           Álvares de Azevedo